Votação para eleições presidenciais arranca na Roménia

por RTP
Andreea Campeanu - Reuters

A Roménia tem, este domingo, a primeira volta das Eleições Presidenciais. Quase 19 mil assembleias de voto abriram para eleger o próximo chefe de Estado para um mandato de cinco anos.

As eleições decorrem num clima social que os analistas designam como tenso e que pode fazer crescer o voto na extrema direita.

As sondagens revelam que o atual primeiro-ministro social-democrata é favorito, mas o líder da Aliança para a Unidade dos Romenos, que promete uma viragem nacionalista, pode passar à segunda volta, tirando partido de elwvadíssima inflação que se regista no país.

As assembleias de voto abriram às 07h00 e permanecerão abertas até às 21h00 ou até que votem todos aqueles que tenham chegado aos locais de voto até essa hora.

Os nomes de 14 candidatos presidenciais aparecem nos boletins de voto.

Os primeiros resultados deverão ser publicados assim que terminar o período de voto, com projeções através de sondagens à boca de urna, e os resultados oficiais devem ser conhecidos por volta das 23h00.

As sondagens preveem como quase certo de que os romenos terão de voltar às urnas no dia 08 de dezembro para a segunda volta, com os dois candidatos mais votados, na ausência de uma maioria.

Ciolacu deverá enfrentar na segunda volta o candidato de extrema-direita George Simion, a quem as sondagens dão uma intenção de voto de 15,4 % ou da liberal-conservadora Elena Lasconi (15,3%).

Simion, de 38 anos, é um adepto do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e é há muito uma figura controversa.

Fez campanha pela reunificação com a Moldova, que este ano renovou uma proibição de cinco anos à sua entrada no país por questões de segurança, e pela mesma razão está proibido de entrar na vizinha Ucrânia.

"Gostaria que nos próximos cinco a dez anos os romenos tivessem realmente orgulho em ser romenos, promovessem a cultura romena e os produtos romenos", disse Simion aos jornalistas na quarta-feira na capital, Bucareste.

"Como presidente romeno, promoverei os interesses romenos. Na maioria dos casos, os interesses romenos coincidem com os interesses dos parceiros", defendeu.

A Roménia realizará também eleições parlamentares no dia 01 de dezembro que determinarão o próximo Governo e primeiro-ministro do país.

Cristian Andrei, consultor político sediado em Bucareste, diz que a votação de hoje será "uma disputa renhida", na qual a diáspora provavelmente desempenhará um papel fundamental na passagem dos candidatos à segunda volta.

"Estamos num ponto em que a Roménia pode facilmente desviar-se ou resvalar para um regime populista porque a insatisfação [dos eleitores] é muito grande entre muitas pessoas de todos os estratos sociais", disse Andrei à agência de notícias Associated Press.

O consultor acrescentou que o grande défice orçamental da Roménia, a inflação elevada e um abrandamento económico poderão levar mais candidatos tradicionais a mudar para posições populistas para responder à insatisfação generalizada.

 

C/Lusa

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